Link: http://www.elitecampinas.com.br/gabaritos/unicamp/unicamp_04_fase1_ELITE.pdf
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Séculos de urbanização
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segunda-feira, 12 de julho de 2010
30 anos sem Vinicius de Moraes
Essa incrível mente morreu aos 67 anos nos deixando obras literárias e músicais como o famoso poema " Soneto de Separação" e a mundialmente conhecida "Garota de Ipanema". Em sua vasta obra, Vinicius declarou o seu amor pelos diferentes tipos de mulheres. Essa característica também se refletiu na sua vida, durante a qual se casou por nove vezes, e sempre viveu cada casamento como se fosse o último.
Biografia
Formou-se em Direito, mas não exerceu a advocacia. Trabalhou como redator, foi crítico de cinema durante algum tempo (combateu o cinema falado), e foi até censor cinematográfico.
Em 1943 ingressou na carreira diplomática. Serviu em Los Angeles e em Paris, onde era mais encontrado nos bistrôs (em que tomava bons vinhos) do que na embaixada onde dava expediente. Nesse tempo nasceu o apelido carinhoso, Poetinha.
Apesar de notória aversão ao trabalho burocrático, exerceu o ofício até ser aposentado, compulsoriamente, pelo AI-5, em 1968. Ao perder o emprego, porém, já se dedicava para a Música Popular Brasileira. Participou do surgimento da bossa nova e era o autor de clássicos como a Canção do Amor Demais, A mulher que passa e Eu sei que vou te amar.
Curiosidade
Um fato curioso ocorreu no dia de sua aposentadoria como diplomata.
Vinicius encontrava-se em Portugal onde realizava um concerto. Após este espetáculo, estudantes salazaristas estavam aglomerados na porta do teatro para protestar contra o poeta. Avisado disto e aconselhado a se retirar pelos fundos do teatro, o poeta preferiu enfrentar os protestos e, parando diante dos manifestantes, começou a declamar "Poética I". Então, um dos jovens tirou a capa do seu traje acadêmico e a colocou no chão para que Vinicius pudesse passar sobre ela — ato imitado pelos outros estudantes e que, em Portugal, é uma forma tradicional de homenagem acadêmica.
Poética I
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Repercussão
Por causa de sua importância tanto no cenário artístico como em sua vida pessoal, sua morte teve uma repercussão de âmbito internacional. Temos aqui alguns dos depoimentos de amigos e admiradores de Vinicius logo após sua morte:
"Ele era perfeito, senhor absoluto de sua arte e soube interpretar, de maneira fina, o sentimento do seu povo", falou ao Estado o também poeta Carlos Drummond de Andrade.
"Eu o conhecida há quase 50 anos. Era como se fosse meu irmão mais moço. Vinícius ocupa um papel enorme na poesia e na música popular", destacou o historiador Sérgio Buarque de Hollanda.
O escritor Antonio Callado lamentou, "estou bastante chocado, pois há pouco mais de um mês estive com ele e pareceu-me bem de saúde".
Sua musa Heloísa (Helô Pinheiro), a moça que inspirou Garota de Ipanema, a mais conhecida de suas composições, foi ao enterro e declarou à reportagem "A música silenciou. Ele representava o amor e o carinho, tudo o que uma pessoa pode ter de bom".
Descoberta
Mesmo depois de tantos anos, Vinicius ainda nos surpreende. O herdeiro de Lúcia Proença, ex-mulher do poeta, entregou a duas de suas irmãs manuscritos de uma música inédita do Poetinha. Intitulada "Silêncio", a música contêm versos como estes: "É o amor que te fala / É o amor que se cala / E que despetala / A flor do silêncio". A canção foi entregue a um dos parceiros de Vinicius, Edu Lobo, que se comprometeu a terminá-la.
Não se esqueçam de que um dos livros da lista da Fuvest é Antologia Poética, de Vinicius de Moraes; e como este ano fazem 30 anos de sua morte, têm grandes chances dele ser BEM cobrado na prova.
E eu acabo esse post deixando uma foto de Vinicius de Moraes (centro) com dois de seus melhores amigos e parceiros profissionais: Chico Buarque de Hollanda (esquerda) e Toquinho (direita).
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Rebeldes sem causa
quarta-feira, 7 de julho de 2010
A face de um político
São oito horas da manhã e um dispertador toca, acordando mais um político brasileiro. Ele levanta da cama ainda ensonado e vai ao banheiro, como todos os dias, para lavar seu rosto. Após tirar de sua face todo o cansaço de uma noite mal dormida, ele se olha no espelho. Mas uma coisa muito estranha acontece: ele não consegue reconhecer aquela pessoa refletida.
Depois de alguns minutos olhando para aquela imagem estranha, ele tenta se lembrar de seu rosto quando jovem. Era um rosto idealista, um rosto que não se contentava com o que via ao seu redor. Mas, ao avançar no tempo, o nosso político vê que ele foi mudando aos poucos. E ele se lembra que aquele rosto jovem foi sendo seduzido por uma corrupção tão envolvente que nem o mais nobre dos homens conseguiria resistir. Ao olhar novamente para o espelho o político reconhece a imagem refletida: uma face coberta de mentiras e que havia sido enganada pela própria cobiça.
Depois de algum tempo de contemplação ele percebe que não conseguirá mudar aquele rosto, pois em cada ruga e em cada orifício já se pode ver impregnada a mentira e a ambição desmedida. Então ele tira a camisa que está vestindo e cobre o espelho.
Com muita dificuldade ele vai se arrumar para mais um dia em um trabalho que lhe dá dinheiro, propriedades e muitos outros bens materiais, mas que não lhe dá o mais importante: dignidade.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
A virada do ano
São onze e cinquenta e nove da noite do dia 31 de dezembro de 2009. Sentada na varanda ao lado da minha irmã, eu vejo o raiar de um novo século. Eu pressinto sua chegada nas núvens ávidas por fogos de artifício, nas rolhas anciosas para saltarem das garrafas e nos braços carinhosos que rogam por abraços. E, no meio de toda essa excitação estou eu, inerte em uma cadeira, pensando nos anos que passaram e nos que ainda virão.
Quando começo a pensar no meu passado vejo uma rosa a desabrochar inconformada por ter que criar espinhos para se proteger dos predadores. Uma rosa que deseja ser livre, mas que sabe que é preciso criar raízes para sobreviver. Mas quando olho para o meu futuro surge uma névoa que não me deixa enchergar direito o que tem do outro lado. Essa névoa me deixa muito confusa, mas, nem por um minuto, me faz pensar em desistir de perseguir os sonhos que estão por trás dela.
Ao olhar em volta novamente vejo que o céu está cor de fogo e as garrafas estão espumando sem suas rolhas. Já começou 2010 e os primeiros braços chegam para dar-me um abraço caloroso. E só nesse instante eu consigo perceber que tudo que fiz e faço valeu à pena, pois é para momentos como este que vivo.