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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Séculos de urbanização


O conceito mais primitivo de cidade surgiu na Idade Média com os feudos, onde pessoas se aglomeravam dentro de fortificações com um objetivo em comum: prosperar. Ao longo do tempo, esses conglomerados foram se tornando cada vez mais complexos e dinâmicos, sendo assim impossibilitados de continuar dentro de fronteiras físicas. Nesse ponto surgem os primeiros indícios da urbanização, que a partir daí teve seu crescimento exponencial ao longo de muitos séculos.

Hoje em dia, já podemos perceber o mundo urbano por toda a parte. Seu dinamismo característico está registrado em cada carro que passa pela avenida Paulista na famosa "hora do rush". Sua complexidade pode ser vista em cada mapa do metrô de Nova York ou Londres. Suas infinitas redes de comunicação podem ser facilmente precebidas nas novidades tecnologicas anunciadas diariamente nos jornais e revistas. Sua diversidade de culturas e credos pode ser captada em uma rápida olhada nas diversas mesquitas, igrejas e templos espalhados pela cidade.

É importante lembrar que essa última característica das cidades modernas vem se mostrando um dos principais alicerces de uma cultura que busca incessantemente a tolerância com as diferenças entre povos e raças. Tendo, essa diversidade, o papel de criar as condições necessárias para atingirmos a prosperidade objetivada por nossos antepassados feudais a séculos atrás.



Inspirada na proposta de redação Unicamp - 2004
Link: http://www.elitecampinas.com.br/gabaritos/unicamp/unicamp_04_fase1_ELITE.pdf

segunda-feira, 12 de julho de 2010

30 anos sem Vinicius de Moraes


Sexta feira, 9 de julho de 2010, foi feriado em São Paulo devido à comemoração pela Revolução Constitucionalista de 1932. Porém, este não foi o único fato marcante lembrado neste dia. Em 9 de julho de 1980, a 30 anos atrás, nos deixava um dos maiores poetas e compositores musicais de toda a história brasileira: Vinicius de Moraes, também chamado carinhosamente por seus amigos de 'Poetinha'.
Essa incrível mente morreu aos 67 anos nos deixando obras literárias e músicais como o famoso poema " Soneto de Separação" e a mundialmente conhecida "Garota de Ipanema". Em sua vasta obra, Vinicius declarou o seu amor pelos diferentes tipos de mulheres. Essa característica também se refletiu na sua vida, durante a qual se casou por nove vezes, e sempre viveu cada casamento como se fosse o último.

Biografia


Formou-se em Direito, mas não exerceu a advocacia. Trabalhou como redator, foi crítico de cinema durante algum tempo (combateu o cinema falado), e foi até censor cinematográfico.
Em 1943 ingressou na carreira diplomática. Serviu em Los Angeles e em Paris, onde era mais encontrado nos bistrôs (em que tomava bons vinhos) do que na embaixada onde dava expediente. Nesse tempo nasceu o apelido carinhoso, Poetinha.
Apesar de notória aversão ao trabalho burocrático, exerceu o ofício até ser aposentado, compulsoriamente, pelo AI-5, em 1968. Ao perder o emprego, porém, já se dedicava para a Música Popular Brasileira. Participou do surgimento da bossa nova e era o autor de clássicos como a Canção do Amor Demais, A mulher que passa e Eu sei que vou te amar.

Curiosidade


Um fato curioso ocorreu no dia de sua aposentadoria como diplomata.
Vinicius encontrava-se em Portugal onde realizava um concerto. Após este espetáculo, estudantes salazaristas estavam aglomerados na porta do teatro para protestar contra o poeta. Avisado disto e aconselhado a se retirar pelos fundos do teatro, o poeta preferiu enfrentar os protestos e, parando diante dos manifestantes, começou a declamar "Poética I". Então, um dos jovens tirou a capa do seu traje acadêmico e a colocou no chão para que Vinicius pudesse passar sobre ela — ato imitado pelos outros estudantes e que, em Portugal, é uma forma tradicional de homenagem acadêmica.




Poética I

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.



Repercussão


Por causa de sua importância tanto no cenário artístico como em sua vida pessoal, sua morte teve uma repercussão de âmbito internacional. Temos aqui alguns dos depoimentos de amigos e admiradores de Vinicius logo após sua morte:


"Ele era perfeito, senhor absoluto de sua arte e soube interpretar, de maneira fina, o sentimento do seu povo", falou ao Estado o também poeta Carlos Drummond de Andrade.
"Eu o conhecida há quase 50 anos. Era como se fosse meu irmão mais moço. Vinícius ocupa um papel enorme na poesia e na música popular", destacou o historiador Sérgio Buarque de Hollanda.
O escritor Antonio Callado lamentou, "estou bastante chocado, pois há pouco mais de um mês estive com ele e pareceu-me bem de saúde".
Sua musa Heloísa (Helô Pinheiro), a moça que inspirou Garota de Ipanema, a mais conhecida de suas composições, foi ao enterro e declarou à reportagem "A música silenciou. Ele representava o amor e o carinho, tudo o que uma pessoa pode ter de bom".


Descoberta


Mesmo depois de tantos anos, Vinicius ainda nos surpreende. O herdeiro de Lúcia Proença, ex-mulher do poeta, entregou a duas de suas irmãs manuscritos de uma música inédita do Poetinha. Intitulada "Silêncio", a música contêm versos como estes: "É o amor que te fala / É o amor que se cala / E que despetala / A flor do silêncio". A canção foi entregue a um dos parceiros de Vinicius, Edu Lobo, que se comprometeu a terminá-la.




Não se esqueçam de que um dos livros da lista da Fuvest é Antologia Poética, de Vinicius de Moraes; e como este ano fazem 30 anos de sua morte, têm grandes chances dele ser BEM cobrado na prova.


E eu acabo esse post deixando uma foto de Vinicius de Moraes (centro) com dois de seus melhores amigos e parceiros profissionais: Chico Buarque de Hollanda (esquerda) e Toquinho (direita).

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Rebeldes sem causa


A rebeldia sempre foi relacionada aos movimentos juvenis e às inovações no jeito de pensar e de agir que esses movimentos propõem. Em cada comunidade essa rebeldia fez uma marca diferente, ajudando-as a formar sua identidade cultural. Mas, e hoje em dia. Onde estão os rebeldes dos tempos modernos?

Ao procurarmos os rebeldes do século XXI nos deparamos com bandas denominadas EMOs (Cine, Restart, NxZero, entre outras) ou com meninos conhecidos como Colírios da Caprícho (desculpe, eu não sei o nome de nenhum deles - para mim são todos iguais). Mas, dês de quando usar franjas nos olhos, calças coloridas e cantar músicas "melosas" é considerado rebeldia? Dês de quando posar para a capa de uma revista sem camisa é rebeldia?

Muitos podem dizer que hoje em dia não há mais pelo que reivindicar. Não estamos em uma guerra mundial, não estamos sendo governados por um ditador, nem estamos vivendo o apharteid. Porém, temos outros problemas tão graves quanto esses vividos por nossos pais e avós. A guerra de hoje não é mundial, é uma guerra diária contra a violência urbana presente não só nas grandes metrópoles, como nas pequenas cidades interioranas. O governo de hoje não é ditatorial, mas é tão corrupto quanto ele. O apartheid se foi, mas o preconceito racial ainda reina entre nós.

A nossa rebeldia deveria estar fincada nessas injustiças, e não em futilidades momentâneas. Pois não existem rebeldes sem causa. As causas nos rodeiam, basta termos coragem para enfrentá-las e combatê-las com nossos punhos juvenis e nossas mentes idealistas. Só assim conseguiremos transformar um mundo fútil em um mundo útil.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A face de um político

Hoje eu acordei mais ou menos umas oito horas da manhã e fui ao banheiro lavar o meu rosto. Enquanto estava praticando esse ato tão rotineiro na minha vida, comecei a pensar em como um político poderia se ver nessa situação. E começei a imaginar uma história mais ou menos assim:

São oito horas da manhã e um dispertador toca, acordando mais um político brasileiro. Ele levanta da cama ainda ensonado e vai ao banheiro, como todos os dias, para lavar seu rosto. Após tirar de sua face todo o cansaço de uma noite mal dormida, ele se olha no espelho. Mas uma coisa muito estranha acontece: ele não consegue reconhecer aquela pessoa refletida.
Depois de alguns minutos olhando para aquela imagem estranha, ele tenta se lembrar de seu rosto quando jovem. Era um rosto idealista, um rosto que não se contentava com o que via ao seu redor. Mas, ao avançar no tempo, o nosso político vê que ele foi mudando aos poucos. E ele se lembra que aquele rosto jovem foi sendo seduzido por uma corrupção tão envolvente que nem o mais nobre dos homens conseguiria resistir. Ao olhar novamente para o espelho o político reconhece a imagem refletida: uma face coberta de mentiras e que havia sido enganada pela própria cobiça.
Depois de algum tempo de contemplação ele percebe que não conseguirá mudar aquele rosto, pois em cada ruga e em cada orifício já se pode ver impregnada a mentira e a ambição desmedida. Então ele tira a camisa que está vestindo e cobre o espelho.
Com muita dificuldade ele vai se arrumar para mais um dia em um trabalho que lhe dá dinheiro, propriedades e muitos outros bens materiais, mas que não lhe dá o mais importante: dignidade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A virada do ano


Outro dia eu estava pensando em como foi a virada do ano de 2009 para 2010 e percebi que o sentia como se tivesse sido ontem. Por isso resolvi contá-lo aqui como se estivesse acontecendo nesse exato momento. Bem, ai vai:

São onze e cinquenta e nove da noite do dia 31 de dezembro de 2009. Sentada na varanda ao lado da minha irmã, eu vejo o raiar de um novo século. Eu pressinto sua chegada nas núvens ávidas por fogos de artifício, nas rolhas anciosas para saltarem das garrafas e nos braços carinhosos que rogam por abraços. E, no meio de toda essa excitação estou eu, inerte em uma cadeira, pensando nos anos que passaram e nos que ainda virão.

Quando começo a pensar no meu passado vejo uma rosa a desabrochar inconformada por ter que criar espinhos para se proteger dos predadores. Uma rosa que deseja ser livre, mas que sabe que é preciso criar raízes para sobreviver. Mas quando olho para o meu futuro surge uma névoa que não me deixa enchergar direito o que tem do outro lado. Essa névoa me deixa muito confusa, mas, nem por um minuto, me faz pensar em desistir de perseguir os sonhos que estão por trás dela.

Ao olhar em volta novamente vejo que o céu está cor de fogo e as garrafas estão espumando sem suas rolhas. Já começou 2010 e os primeiros braços chegam para dar-me um abraço caloroso. E só nesse instante eu consigo perceber que tudo que fiz e faço valeu à pena, pois é para momentos como este que vivo.

Teorainneacha


Antes que vocês achem que eu coloquei letras aleatórias no título desse post, eu vou explicá-lo.

Teorainneacha é uma palavra irlandesa que significa fronteiras. A idéia de escrever sobre isso surgiu hoje, mais cedo. Eu estava lendo a proposta de redação da FUVEST 2009 que fala sobre fronteiras. Na proposta ele fala sobre os vários tipos de fronteira (geográfica, política, cultural, religiosa, científica) e pede para que se escolha uma ou mais para o desenvolvimento de uma dissertação.



Após pensar por alguns minutos, eu decidi falar sobre fronteiras geográficas. Ao pensar em um modo de exemplificar a existências dessas fronteiras eu escolhi falar sobre a questão Irlandesa. Para quem não sabe, a Irlanda do Norte procura a muito tempo se separar do Reino Unido para se anexar à Irlanda. Mas, pensando melhor nessa questão eu percebi que não há como citar somente um tipo de fronteira. A questão Irlandesa não envolve somente problemas territoriais. Ao pensarmos na sua origem vemos que há uma fronteira religiosa entre os ingleses e os irlandeses que vivem nessa região. Afinal, os ingleses (protestantes) não toleram a religião dos irlandeses (católicos). Ao irmos mais fundo nessa questão podemos reconhecer fronteiras políticas. Os Irlandeses, minoria no território bretão, não têm a chance de ingressar na vida política do Reino Unido. Por último, podemos pensar no IRA, um grupo extremista que para lutar por esses direitos passou, intoleravelmente, pela fronteira da racionalidade e começou a praticar atos terroristas contra os outros países do Reino Unido.



Depois de toda essa reflexão eu cheguei à conclusão de que a proposta de texto da FUVEST era idiota..., mas eu fiz de tudo pra tirar isso da minha mente e me concentrei novamente . Como a proposta falou que era possível escolher mais de um tipo de fronteira, eu acabei pondo todo esse raciocínio de uma forma organizada no papel e enfatizando no último parágrafo o fato de que era importante manter algumas fronteiras para que coisas como os ataques terroristas do IRA não acontecessem.



Foi difícil, mas eu consegui fazer um bom texto: colocando todas as minhas idéias sem fugir do tema central. Afinal, se fosse fácil qualquer um faria.

Por quê?

Como primeira postagem eu gostaria de escrever por que eu estou fazendo um blog chamado "Diário de uma terceiro-anista".

Em primeiro lugar, ontem eu assisti um magnífico filme chamado "Julie e Julia", no qual uma mulher escreve em um blog todas as suas experiências na cozinha durante a preparação de várias receitas de um livro de culinária de Julia Child. Essa experiência a libertou de muitos medos e deu um sentido à sua vida. Como eu também estou passando por um momento de muito estresse na minha vida (o 3º ano do Ensino Médio), resolvi tentar fazer o mesmo que ela.
Em segundo lugar, como sei que muitas pessoas estão passando pelo mesmo problema que eu, acho que este blog pode ajudá-las a ter algumas idéias do que fazer durante esse ano e principalmente a verem que elas não estão sozinhas nessa luta para passar no vestibular, entrar em uma boa universidade e ter um futuro promissor, como nossos professores e pais dizem.
Espero que esse blog ajude vocês, leitores atentos, em algum momento de suas vidas ou que pelo menos lhes dê um momento de alívio em meio a uma vida de tantas obrigações.